Quero apenas voar

Mais de três meses e sentada aqui agora, ao som de um blues, vejo o quanto mudei, o quanto aconteceu em tão pouco tempo.
Tenho duas vidas, vivo em vários mundos paralelos.
As lágrimas caem, e eu não estou a fim de impedi-las cairem, pois sei que não são de tristeza (e se forem? Que mal a em ser infeliz às vezes?)

Estava relendo o post que fiz no dia em que deixei Patos (talvez pra sempre) e muitos sentimentos vieram a tona, nesse período todo aqui não sei se fui forte ou se fui fraca. Realmente, foi necessário muita coragem para deixar para trás tudo aquilo que amava pra viver em total decinhecido, mas às vezes acho que fui muito fraca, e poderia ter sofrido menos, ou ao menos, privados algumas pessoas do meu sofrimento... Sou impulsiva, e este próprio ato de escrever me é uma impulsão.
Escrever é uma forma deliberadamente de liberta-me e ao mesmo tempo me prender em minhas palavras. É ao mesmo tempo minha cela e meu cárcere.

Hoje estou bem, e mesmo com as lágrimas e às vezes um soluço sei que estou em paz.
Ainda tenho problemas como todos tem, ainda tenho mágoas, medos, amarras, dúvidas, angústia, mas hoje eu estou bem.

Não sei se sou forte ou fraca
Mas assim como sou, deixem me ser, apenas sigo o vento, na vontade de um dia poder voar, L I V R E!



Lorena Borges