Ácido

"O novo incomoda. Por quê? Porque desafia. Mas, queiram ou não, o novo sempre vem. E, para nossa felicidade, o novo geralmente vence. E, quando o novo vence, vence. A máquina do mundo gira melhor. Novos projetos deixam as tristezas numa agenda que não se abre mais. Novas crianças surgem para nos dar as mãos. Novos passos exigem de nós coragem. O novo é belo porque nos muda, nos leva a novas estações. O novo nos torna pessoas melhores porque nos torna novas pessoas. O novo é lindo. Assim como os sonhos, o novo não envelhece".

Um pierrot retrocesso, meio bossa-nova e rock´n roll...

Ácido.
E por vezes indigesto também.

Eu sou um ser humano ordinário. Um pacote de carne, água, sonhos, crenças, algumas qualidades, vários defeitos e vazios. Por vezes até um idiota, mas um idiota que tenta melhorar sempre que enxerga seus erros.

Eu?

Eu exponho meu modo, me mostro. Eu gosto de opostos. Amo mais quem me olha torto do que quem me sorri sorrisos cretinos. Estou de passagem, num olhar, num flerte, te conquisto e te descarto, meu papel é curto.

Não tenho tempo, nunca tenho tempo! Ele foge de mim como os pombos das praças fogem das crianças.

Louco.

Louco e livre.
Tal qual o vento.

Irremediavelmente perdido entre os parâmetros do bom senso que regem a ditadura da rotina e da hipocrisia cotidiana.

Irremediavelmente preso à ânsia pela liberdade. Falso humano, pelo menos no quesito humano de sempre buscar ser uma divindade. Resolvi investir o tempo que seria gasto ao tentar descobrir os mistérios da origem e do fim da vida no simples fato de tentar tornar a própria vida melhor.

Apaixonado pelo ato de engenhar, busco melhorar tudo por caminhos diversos, ainda que às vezes tropece e acabe, besta e estupefato, rindo descontroladamente do próprio tropeço. Sou otimista até o limite entre o otimismo e a estupidez, sou sincero até o tênue limite entre a sinceridade e a falta de bons modos. Sou hipócrita, como todos, imperfeito e por vezes mesquinho, como dizia um tal poema em linha reta.

Mas e daí?

Tudo oscila entre a necessidade do sentimento de pertencimento ao grupo e do sentimento de destaque. Em outras palavras: no fundo, todo mundo é diferente e é normal.

Todo mundo gosta mesmo é do comodismo corrosivo, dos colos quentes, das coxas grossas, da carne exposta. Todo mundo gosta mesmo do que se rasga, de ver os outros arriscarem, enquanto eles mesmos apenas mordem suas pipocas crocantes e barulhentas. E o que mais estimula a todos é achar que "todos" são apenas os outros, que eles mesmos, com seus pezinhos de ouro, estão mais limpos e cheirosos em seu pedestal.

Estou devendo cartas, várias cartas.

Leiam tudo como quiserem. Cada leitura é projeção da mente que lê, talvez mais até do que da que escreve. E este profile não é mais um cardápio do orkut, embora dizer isso, por si só, já o caracterize assim...


"...mas as pessoas da sala de jantar, mas as pessoas da sala de jantar, são ocupadas em nascer e morrer..."

Desconhecido