my hot hot sex

"Não sei mais quem sou, se sou, ou o quê restou do que eu era. Sei o que nunca mais serei. Cansei de ser Lolita, hoje estou muito mais para femme fatale. Os sonhos que um dia foram construídos com açúcar tornaram-se pesadelos construídos com pimenta. Deixei de acreditar em finais felizes, típicos de contos de fadas, eles simplesmente não existem. A inocência foi levada pela ilusória sensação de amor, só restou o ódio.
A ‘‘bonequinha’’ quebrou sua redoma de vidro e foi viver sua vida. Os sons que antes se assemelhavam àqueles de caixinha-de-música, apropriados para embalar doces sonhos, hoje se transformaram em gritos e ruídos marcados pelo som pesado da guitarra. Os lugares que eram límpidos e gramados foram substituídos por sujos espaços localizados em qualquer cenário underground. Provo de um suave veneno, tento me manter cool.
A música vai chegando aos meus ouvidos através do fone de ouvido fodido do meu mp3, ela me distrai da vida. Na maioria das vezes, só tenho a música, ela está comigo em qualquer lugar, em qualquer momento, me dando orgasmos múltiplos e me mantendo viva. Music is my hot hot sex.
Fico enjoada com a palavra amor, então vomito palavras cheias de repulsão, cuspo pensamentos aleatórios sem o menor sentido. Perco-me no meio de tantos padrões que são estabelecidos. Alucinações, calafrios e suspiros. Busco por mim mesma e desisto de me encontrar. A candura daquela meiga menininha se esgotou e nunca mais voltará a existir. A doce menininha cansou, virou as costas e nunca mais regressará."

Desconhecido