A mais nova velha amiga

Hoje eu sinto uma necessidade enorme em escrever.
Mas fiquei tanto tempo sem me deparar com as letras que não sei por onde começar, há tanta coisa. Não sei se tudo começou por cousa de um avião ou de um palavrão.
Ele perdeu o avião. Ele, hoje, perdeu a razão.
Poderia ficar brava por ele não ter sido forte, mas eu não tenho o direito de julgar ninguém. Justamente eu, que, por não ter sido forte causei tantas coisas.
De qualquer maneira hoje eu decidi viver, e a cada dia dessas férias eu tenho acordado e agradescido. Abro a janela e respiro. É bom viver, por mais que doa.
Já cheguei a beira da loucura muitas vezes, e essa noite eu cheguei novamente. Mas existem várias loucuras, e essa era uma loucura boa.
Porque era libertação.
Era assumir a burrice da minha vaidade que causou isso tudo.
Poderia ficar brava por ele não ter sido forte. Mas ele foi, ele teve a coragem de colocar tudo o que se passou em papel. Eu nunca tive a coragem de escrever, e tento só agora, de maneira confusa. Quem não sabe da história talvez nunca entenda o que escrevo e essa seja somente mais um texto consfuso. Mas creio que outras pessoas já passaram o que passamos, há sempre uma certa semelhaça em toda as histórias, creio eu.
Desde do começo foi muito sobre força. Mas é esta mesmo a questão? A vida é medida por momentos em que fomos fortes e momentos em que fomos fracos? A vida não tem medida.
Assim como as dores tambem não.
Não há medidas pois não podemos calcular o seu tamanho.

Hoje eu resolvi ser diferente, parei de pensar se fui forte ou fraca. Eu fui forte quando deveria ser forte e fui fraca quando deveria ser fraca. Não é uma aceitação boba, não é conformismo, eu apenas sei que fui o que deveria ter sido. Fui Lorena quando preciso, fui filha do Luiz quando convinha ou até mesmo irmã da Laryssa. Hoje, somente hoje, eu não tenho nome. Hoje eu fiz amizade comigo mesma e me convidei pra passear.

É bom estar em paz, ser uma boa companhia para você mesma. Acho que eu deveria ter feito amizade comigo mesma ha mais tempo.
Porque, hoje, ser sozinha não dói.

Lorena Borges