um diário adolescente. talvez porque não passe mais do isso. na efervescência da minha imaturidade. mas nada pode ser exigido. cada coisa a seu tempo e eu respeito o meu. por mais que aflija, por mais que doa, por mais que me angustie não ser a mulher que esperam que eu seja. sou menina. tentando viver uma vida de mulher que não se encaixa. feito banana no saco, obrigada a amadurecer antes do tempo. e de tempos em tempos minha imaturidade vem a prova, e a dor do parto de partir raízes. não passo de uma adolescente. tentando viver uma vida de mulher. uma maturidade que ainda não tenho para dar leveza às dores. vomito minhas estrofes de mil versos. vômito. de dentro, de coisa pobre, do que não faz bem, de coisa errada. aqui assumo a meu medo, o meu fraquejo. o olhar assustando de quem vive uma vida que não é sua. de quem vive um tempo que não é seu. enquanto tento ser a mulher que quero ter orgulho vomito as crises adolescentes que ainda me ferem. tudo para manter o equilíbrio. vomito aqui sozinha. e nesses momentos é o que mais espero, ser sozinha. para que não vejam, não notem, não enojem, a criança assustada no escuro que sou.

preciso parir minhas dores.

noto: lido mais do que gostaria com partos.