quase duas horas em montpellier. o euro e a desvalorização do real fazem as coisas ainda mais difíceis e mais caras para mim. talvez seja a mão de vaquisse mineira. penso muito em você. e faz muita falta. me sinto velha. parar em uma boate em Montpellier, costa mediterrânea da França pode parecer chique, mas me sinto velha. tão velha que não posso dançar. todos parecem idiotas sem cérebros aos meu redor. tento. mas no consigo. não é natural. essa música eletrônica sem cultura, sem raiz - minto, tem sua cultura e sua raiz, superficiais - me incomodam. talvez eu esteja sendo crítica demais, e isso me faz me sentir ainda mais velha. não posso. aprendi - e preciso - a me respeitar também. há momentos que consigo me jogar na superficialidade do mundo. mas há verdadeiros momentos - como agora- que me falta um cérebro pensante e um corpo balançante como o seu para dividir a vida. não dá. me sinto velha, e um boteco copo sujo com um bom papo ou uma partida de xadrez me cai melhor. às vezes tenho medo de soar muito pedante ou cult, mas foda-se. em bom franco-português: é o que me manque agora.