Não me importa quantas tenha adentrado. Não me importa quantas sentiram o seu hálito. Não me importa com quem dividiu seu riso. Não me importa. Apenas repito a mim como em um mantra: confia. Seu cheiro sem cheiro que é um cheiro só meu. Suas pintas nas costas, fazendo constelações. Sua pele fresca. Seu olhos, que para mim olham cheio de segredos compartilhados. O calo do pé, feito um parque de diversões. As mãos que pintam, que gravam, que manipulam e que também me amam. Amaram. E confio, amarão. Seu cheiro sem cheiro que era um cheiro só meu que sinto falta todas as manhãs. Falta de acordar no olho do outro. A lacuna do seu membro no meu ventre. O salivar de palavras doces. Meu dedo que era seu. Assim como meu corpo, meus cabelos, meu intimo, meu amor que ainda o é. Mordiscar de brincadeiras. Não me importa com quem saia, o que faça, como se divirtas. Se for a minha pele adormecida que quer tocar quando acorda, se for a minha meninice que deseja quando está com tédio, eu confio. Feito mantra eu repito: confia. E mais que confiar eu acredito. Pois duas pessoas quando se desejam sempre acham o caminho de volta.