aos 24 comecei a cuidar da pele. mãos e rosto principalmente. uma noção especifica da juventude embarca. tenho que aproveitar as coisas da juventude agora que sou jovem, agora que o peso do tempo não pesa tanto. e o corpo ainda está em sua forma. mas me preocupo. como nunca antes, com a pele hidratada. a elasticidade que tem que ser atenta todos os dias. aos exercícios que torneiam. aos cremes que evitam rugas. as cervejas que podem, irresponsavelmente, serem tomadas no meio da semana. uma vontade de me fotografar. nua. em pelo auto-retratos para a eternidade. para que eu não me esqueça como fui. no auge dos meus 20 anos. guardo aquela nostalgia melancólica que das mulheres maduras ao olharem suas fotos da juventude. a percepção olha o agora de um tempo relapso distante. já tenho saudade dos meus vinte. já sinto o peso do tempo no corpo. corpo que só agora, tardiamente, comecei a conhecer, respeitar, acariciar, admirar e gostar.

corpo que cai.