na hora da minha morte, amém
lúcida
em construção
rugas
Mauricio
O meu coração já não me pertence.
Já não quer mais me obedecer.
Parece agora estar tão cansado quanto eu.
Até pensei que era mais por não saber que ainda sou capaz de acreditar.
Me sinto tão só e dizem que a solidão até que me cai bem.
Às vezes faço planos. Às vezes quero ir para algum país distante
e voltar a ser feliz.
Já não sei dizer o que aconteceu.
Se tudo que sonhei foi mesmo um sonho meu.
Se meu desejo então já se realizou.
O que fazer depois, pra onde é que eu vou?
Eu vi você voltar pra mim.
Together
We belong together
And we'll always endeavor
Throughout any type of weather
You want everything to be just like
The stories that you read but never write
You gotta learn to live and live and learn
You gotta learn to give and waste your term
Or you'll get burned
my hot hot sex
idiota esperança
É preciso sentir o próprio veneno.
É preciso sentir a dor feita por decisões precipitadas e erradas.
É preciso sentir as consequencias.
É preciso sofrer, sangrar...
É preciso ter esperança de que um dia se cure.
É preciso (?)
É preciso cometer algumas loucuras. É preciso sair para o mundo porque ficar aqui não tem adiantado muita coisa. É preciso sair e conhecer gente nova, conhecer as pessoas erradas, porque estou cheia das pessoas certas que insistem em entrar na minha vida na minha hora errada. Estou cheia de tentar ser a pessoa certa, de seguir regras, de ser moral. É preciso conhecer as pessoas erradas.
É preciso sentir o meu próprio veneno. É preciso sentir o vento no rosto, o cheiro da manhã e qualquer coisa boa que possa vir com o sol. É preciso esquecer o que ficou para trás e ir em frente. É preciso tentar. É preciso chorar.
É preciso estar em paz, era só o que eu queria. Aceitar a minha solidão, aceitar a minha loucura e partir...
Embora eu seja touro e terra me sinto bem mais a vontade com o vento...
É preciso ferir-se um pouco. Ou muito.
É preciso sentir o próprio veneno.
É preciso sentir a dor feita por decisões precipitadas e erradas.
É preciso sentir as consequencias.
É preciso sofrer, sangrar...
É preciso ter esperança de que um dia se cure.
Making vows that just can't work right
amém
dois ponto três lisboa
É preciso ir em busca da cura
Sou o que se chama de pessoa impulsiva.
aguda
menor que
nós
E foi pessoa séria quem falou
Você tava mais querendo era me ver passar por aí
Eu... sei que você disse por aí
Que não tava muito bem seu novo amor
Você tava mais querendo era me ver passar por aí
Pois é...
Esse samba é pra você, ó, meu amor
Esse samba é pra você
Que me fez sorrir, que me fez chorar
Que me fez sonhar, que me fez feliz
Que me fez amar
que eu me finde
Estou cansada de doer. Há sempre algo que dói tanto e tão profundamente que me cansa. É sempre a mesma dor a doer de maneira errada. Tudo me dói.
Passado, presente, futuro.
Sou um doer sem fim, doer a me findar. Essa dor é só minha e só eu sei do seu tamanho.
O que me dói não tem medida.
castelo
I'm so tired
I'm so tired, my mind is on the blink
I wonder should I get up and fix myself a drink
No,no,no.
I'm so tired I don't know what to do
I'm so tired my mind is set on you
I wonder should I call you but I know what you would do
You'd say I'm putting you on
But it's no joke, it's doing me harm
You know I can't sleep, I can't stop my brain
You know it's three weeks, I'm going insane
You know I'd give you everything I've got
for a little peace of mind
I'm so tired I don't know what to do
esperava avenca
cheiro que não defino
sol
passado próximo
pássaro
sobre segredos
LORENA FOI EMBORA
Quem sabe a nuvem pare o avião
Que o desamparo leve a saudade
O meu amor foi solidariedade
Os meus joelhos estão bem cuidados
Eu vejo anões por todos os lados
A ironia ainda desafina
Cada cabeça, uma guilhotina
Minto quando eu quero
Como é fácil negar
Não me desespero
Se ainda posso fugir
Dissimular ou desistir
Tudo o que resta agora
Lorena foi embora..
pequenos demônios
nib
Eu tinha certeza que era ele, como sempre soube no meu íntimo que seria, pois ele me envolvia numa sensação mágica, de que cada minuto ao seu lado seria mágico, assim como foi. Eternizei cada segundo, porque tudo era uma experiência nova. Pela primeira vez na vida eu estava ao lado de um cara que tinha orgulho, que admirava, e que finalmente achava bom o bastante para mim, até mesmo, muito mais que o bastante. Agora era eu quem assumia, como já dito anteriormente, a posição inferior, era eu quem deveria mostrar merecedora dele, era eu quem não deveria ser infantil.
Eu envolvi nosso relacionamento num sonho mágico, da qual não queria despertar nunca.
Me sentia incomensuravelmente insegura, criança e infantil. Sofria por isso, e muitas vezes o ciúmes me assolou, ciúmes do passado, porque eu era virgem, pura, inexperiente, e sempre segui a risca todas as regras. E me sentia estúpida por isto. Tinha medo de ser enganada, traída, trocada, não sei. Porque me doei de mais para este romance, mudei todos os meus caminhos traçados, desesti de todo um percurso que eu estava fazendo para viver o que estava para viver agora, com um cara que admirava tanto, e que, com sua simples presença me dava um impacto absurdo. Muitas vezes, ao seu lado, não soube onde por as mãos, o que falar, fazer, ficava até certo modo me controlando para que ele não percebesse o quão sem graça eu era/sou. Eu tinha medo de fazer alguma coisa errada, e ele ver que eu não era capaz de fazê-lo feliz, embora eu fosse capaz de ser feliz apenas por estar ao lado dele.
A gente não tinha muito assunto, e para preencher o vazio, nos beijávamos. E até mesmo o beijo era diferente, totalmente diferente de todos os que já experimentara, e com o tempo incrivelmente bom, porque combinava com ele. Um beijo ímpar para uma pessoa ímpar. Um beijo carregado de carinho, atenção, e porque não: amor.
Ele começou, então, a fazer parte da minha vida para sempre, porque o que vivemos, esse 'mundo bolha-mágico', estará sempre comigo.
E é com lágrimas nos olhos que percebo agora, o quanto eu lhe quero bem, e o quanto eu estava certa, em saber, quando decidi que rumo tomar meus relacionamentos, que você seria sempre o homem capaz de me fazer feliz, por mais que muitas vezes eu tenha imaginado que a mágica tenha se acabado, você, com um sorriso e um abraço a trouxe de volta.
Eu colocaria a minha felicidade em jogo, pela sua. Como já o fiz, e por vezes continuo a fazer.
Talvez esse retrospecto tenha virado agora uma declaração que jamais será ouvida. Pelo menos jamais será entendida na essência de que deva ser, porque é assim, meio sem nexo, e por impulsos desconexos que vou escrevendo essas linhas. Mas nada disso importa, porque essas linhas, se forem lidas, terão apenas uma leitora: eu. E se por acaso mais alguém as ler, se sinta vangloriado, porque então, guarda dentro de ti um pouco de mim, este 'mim' que lê esta carta agora."
E é deste texto escrito em 2006 e publicado aqui que retomo para o ponto final.
Porque mesmo depois de tudo o que vivi as minhas palavras e meus sentimentos são os mesmos que me envolviam: você continua a ser o homem que tanto quero bem, o homem que amo e sempre amerei, e que me faz feliz, mesmo não estando comigo agora. É o homem que eu sinto ciumes, raiva, amor, desespero, saudade, angústia, felicidade, solidão, tristeza, tédio, alegria.
É o homem que conseguiu despertar em mim todos os sentimentos que uma pessoa poderia sentir. É o homem que amo. E amo tanto e tão profundamente que o deixei livre, porque eu não poderia mais te acompanhar, e você já não me acompanhava mais.
Antes interromper o processo no meio e ficar com uma coisa boa do que com a certeza de algo ruim.
Esse foi o homem da minha vida. Esses foram os anos, os 27 meses e 3 dias mais importantes e intensos que tive até então. Esse foi você e eu, vivendo o que achavamos ser bom e certo.
O amor não acabou e continuará em mim sempre. Então porque interrompi o processo?
"Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. "
E acabaria em dor, bem sei. E assim como foi mágico e perfeito o nosso início, queria que o final também fosse. Porque terminar em meio a mágoas e brigas quando poderíamos fazer com que o fim também fosse belo?
Eu o amarei para sempre. Embora saiba que o amor não acabou, as outras coisas essênciais foram morrendo aos poucos. Eu morri aos poucos, esqueci. Ele morreu, me esqueceu.
Já não havia expectativas, sonhos, confiança, risadas, cumplicidade, nostalgia, 'frio-na-barriga'. O que restara fora o amor e a comodidade.
Antes interromper o processo no meio e ficar com uma coisa boa, a certeza de que o amarei para sempre, e de que ele será para sempre o homem da minha vida. (mas é válido lembrar que o 'para sempre' não é todo dia)
E é sem poesia nenhuma, sem palavras bonitas e sem lágrimas que coloco aqui o meu ponto final.
Com alguma dor, profunda e dilacerante, que ainda hei de sentir. Uma dor que se tranformará em arrependimento na proxima vez em que eu o verei. Uma dor que, espero, se transforme na certeza de ter feito a coisa certa.
Não podia insistir em algo que eu saberia que não acabaria bem. Eu não poderia insistir no meu próprio fim.
"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas... Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."
E na novíssima leveza do ser, te amar eternamente. Como uma coisa boa.
morre de tédio
- Oi, tudo bem?
- Tudo Bem...
...Fora o tédio que me consome,
todas as 24 horas do dia,
fora a decepção de ontem a decepção de hoje,
e a desesperança crônica no amanhã,
tenho vontade de chorar,
raiva de não poder,
quero gritar até ficar rouco,
quero gritar até ficar louco,
isso sem contar com a ânsia de vômito,
reação a tal pergunta idiota
...Fora tudo isso, tudo bem.
Desconhecido
que é essa saudade toda?
"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais -por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia –qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!”
Caio Fernando Abreu
Canção de saudade.
Ácido
como se eu mesma tivesse escrito
As vezes me interessa analizar meu passado, examinado-o de ponta a ponta. Desde que eu era pequena, meu carácter revelava algumas fraquezas: uma disconfiança que as vezes chegava ao absurdo, uma índole de sonhadora. Quais eram os meus pensamentos, as minhas expectativas, ou, ainda, qual era e como se chamava o meu jogo, isso jamais contarei a ninguém.
póstumo
Cansei de não achar
Cansei de tanto encontrar
Cansei de me perder
Hoje eu quero somente esquecer
Quero o corpo sem qualquer querer
Tenhos os olhos tão cansados de te ver
Na memória, no sonho e em vão
Não sei pra onde vou
Não sei
Se vou ou vou ficar
Pensei, não quero mais pensar
Cansei de esperar
Agora nem sei mais o que querer
E a noite não tarda a nascer
Descansa coração e bate em paz
ista
Se alguém perguntar por mim diz que fui por aí levando um violão debaixo do braço. Em qualquer esquina eu paro, em qualquer botequim eu entro. Se houver motivo é mais um samba que eu faço. Se quiserem saber se volto diga que sim, mas só depois que a saudade se afastar de mim. Tenho um violão para me acompanhar, tenho muitos amigos, eu sou popular. Tenho a madrugada como companheira. A saudade me dói, o meu peito me rói. Eu estou na cidade, eu estou na favela. Eu estou por aí...