Culparia o álcool, a bohemia, a cidade grande, as drogas, as farras, os livros, os escritos, os Caios Abreus, os discos. Culparia o de mais fácil e acessível para tirar a culpa que é inteiramente nossa e de nossas escolhas. Já não somos adolescentes, embora às vezes imaturas. Já não somos inocentes, fomos machucadas pela vida e pelas responsabilidades. Ainda assim temos que manter o brilho nos olhos. Sou o que você me fez ser. Você me cicatrizou e marcou, a cicatriz-tatuagem maior e mais profunda que tenho. Penso em você sempre, todos os dias com tanto amor que até me dói vezenquando. A vida nos levou para caminhos tão distintos. Te queria aqui comigo, conversando sobre nada, sobre tudo, sobre o que somos e bebendo um vinho barato, tão barato quanto o que ainda somos. Você sabe exatamente como eu agiria. Como seria capaz de numa loucura qualquer juntar as minhas coisas e partir, por mais que doa, apenas pela vontade e curiosidade de saber o que tem por aí. É o momento das experimentações. Saber, provar, conhecer, aproveitar.
(apenas uma página para um dia - cada medida desmedida)